quarta-feira, 24 de março de 2010

História da Páscoa.

A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais. A origem desta comemoração remonta muitos séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do latim "Pascae". Na Grécia Antiga, este termo também é encontrado como "Paska". Porém sua origem mais remota é entre os hebreus, onde aparece o termo "Pesach", cujo significado é passagem.



Páscoa judaica.

Entre as civilizações antigas, historiadores encontraram informações que levam a concluir que uma festa de passagem era comemorada entre povos europeus há milhares de anos atrás, principalmente na região do Mediterrâneo. Algumas sociedades, entre elas a grega, festejavam a passagem do inverno para a primavera, durante o mês de março. Geralmente, esta festa era realizada na primeira lua cheia da época das flores. Entre os povos da antiguidade, o fim do inverno e o começo da primavera era de extrema importância, pois estava ligado a maiores chances de sobrevivência em função do rigoroso inverno que castigava a Europa, dificultando a produção de alimentos.

Existem também evidências de que a celebração pascoal tem origens ainda mais antigas, entre os povos mesopotâmicos, através do culto a deusa Ishtar ("Eostre" ou "Easter" em mitologias anglo-saxãs, germânicas ou nórdicas), deusa da fertilidade e da primavera
. Esses povos praticavam um ritual importante no equinócio da primavera, onde os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da fertilidade) e os escondiam e enterravam em tocas nos campos. Um resquício por trás desse antigo ritual talvez seja o dos ovos de Páscoa, embora não exista uma prova concreta associando os dois rituais. De qualquer forma, em muitas culturas o ovo é considerado um símbolo de fertilidade.


Ishtar, a origem da páscoa e o sentido dos símbolos de fertilidade.

Grande parte das tradições do feriado de Páscoa está contida nos rituais pagãos, que gerou grande variedade de lendas e costumes que passaram a fazer parte da celebração atual.
 
Na realidade não existe uma “páscoa” pagã, e sim a festa e a celebração da chegada da Primavera celebrada pelos antigos povos pagãos da Europa e outras regiões. Muito antes do nascimento de Cristo as tribos pagãs da Europa adoravam a bela deusa da primavera – "EE-ah-tra" ou "Eostre". Festivais para celebrar o nascimento da primavera eram organizados em honra a Eostre no final de março tempo em que o inverno acabava e a primavera começava a brotar no hemisfério norte.
 

 
Eostre evoluiu em inglês para Easter e em alemão para Ostern, que significa Páscoa. Outros associam a palavra Easter com o nascer do sol no Este (Leste).
Nesse período, muitos desses povos realizavam rituais de adoração para Eostre, a deusa da Primavera. Em suas representações mais comuns, observamos esta deusa pagã representada na figura de uma mulher que observava um coelho saltitante enquanto segurava um ovo nas mãos. Nesta imagem há a conjunção de três símbolos (a mulher, o ovo e o coelho) que reforçavam o ideal de fertilidade comemorado entre os pagãos.
 
Entre os judeus, esta data assume um significado muito importante, pois marca o êxodo deste povo do Egito, por volta de 1250 a.C, onde foram aprisionados pelos faraós durante vários anos. Esta história encontra-se no Velho Testamento da Bíblia, no livro Êxodo. A Páscoa Judaica também está relacionada com a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho, onde liderados por Moisés, fugiram do Egito. Nesta data, os judeus fazem e comem o matzá (pão sem fermento) para lembrar a rápida fuga do Egito, quando não sobrou tempo para fermentar o pão.

Como Calcular a Data: O dia da Páscoa é móvel - não tem data fixa no calendário. Coincide sempre com o primeiro domingo após a primeira lua cheia seguinte ao equinócio de março - a primeira lua cheia do outono, no hemisfério Sul.
A comemoração da Páscoa começa 40 dias antes do Domingo de Páscoa. Tradicionalmente, a Quaresma é um período de penitência e purificação com orações e jejum, em preparação para a celebração da ressurreição de Cristo. Essa tradição de passar por um período de purificação está presente tanto na tradição judaica quanto na cristã: o jejum foi realizado por Moisés, pelo profeta Elias e por Jesus Cristo.


A Igreja Católica extinguiu em 1966 a exigência do jejum - que só continua obrigatório na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa -, mas continua incentivando a solidariedade com os pobres.


Até o séc. VII, a Quaresma começava no Domingo da Quadragésima (quadragesima dies), o quadragésimo dia antes da Páscoa. Contando com os domingos, durante os quais o jejum era interrompido, o número de dias até a Páscoa era inferior a 40.


Para manter a fidelidade ao simbolismo do número 40 (como afirma a Bíblia, 40 anos do povo judeu no deserto, 40 dias de jejum de Cristo), a Igreja antecipou o começo da Quaresma para a quarta-feira anterior ao Domingo da Quadragésima: Dia das Cinzas ou Quarta-Feira de Cinzas. Explica-se o porquê das cinzas: os primeiros cristãos costumavam passar cinzas na cabeça em sinal de humildade e respeito a Deus.


Os Coelhos são outro símbolo constante da Páscoa cristã. Representam a fecundidade, a exuberância e a reprodução da vida, pois são muito férteis. Símbolos de vida e vigor, o coelho e o ovo acabaram se confundindo, a ponto de se achar que os coelhos botam ovos.

Em todo o mundo cristão, costuma-se dar ovos coloridos no dia de Páscoa. Em alguns países do Leste Europeu - Polônia, Ucrânia, Rússia, Hungria e outros -, segue-se a tradição de pintar artisticamente os ovos de várias aves, com motivos alegres e multicoloridos.


Típicos ovos de páscoa do Império Russo.

O ovo simboliza a vida que está a ponto de surgir, a ressurreição do que estava morto e o eterno ciclo de vida e morte no Universo.

A tradição medieval proibia a ingestão de carne vermelha, doces e ovos na Quaresma. Os ovos de Páscoa são, portanto, também um símbolo festivo do final da quarentena.


A Igreja Católica, porém, afirma que os ovos não têm nenhuma relação com os acontecimentos da vida de Cristo ou com a celebração da Páscoa, sejam eles de galinha ou de chocolate.

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