quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Tudo tem hora, tem hora para tudo.

Uma das coisas que simplesmente odeio é quando, por acaso, um aluno meu me vê fora da escola, em qualquer lugar, e no outro dia, dentro da sala, fala: "Professor, te vi em tal canto!", "Eita! Vi o professor bebendo na praia!", "O professor tava em tal show!", "O professor tem namorada!"... O quê que tem?! Eu não sou humano? Eu sou um robô? Ser professor é estar acima daquilo que qualquer outro ser humano pode fazer? Seus pais não fazem isso? Da mesma forma que um policial, um médico, um juiz, estudantes também, têm seus momentos de lazer, por que eu não posso? Aliás, muitos dos estudantes é que não sabem diferenciar a hora do estudo com hora de brincadeira, não é verdade? Confundem escola com área de lazer, ponto de fofocas, ringue de intrigas e acusações. Por favor, quando me virem fora da escola lembrem: "Eu sou humano".

Condições de estudo.

Não é difícil escutar pessoas reclamando das condições de estudo que já viveram, ou vivem, colocando a culpa do mau desempenho próprio em tais "condições".

Ontem, um professor meu me falou algo que fiquei intrigado e me serviu como opinião: "Após a II Guerra Mundial, a Universidade de Tel Aviv (Israel) funcionava em galpões aéreos militares, sem qualquer dos luxos que as atuais oferecem, ar condicionado, recursos multimídias, e nem por isso deixou de ser uma das melhores universidades de sua época!".

Com isso fico imaginando o quanto o desinteresse de alguns estudantes, até mesmo de professores, se reflete quando os mesmos reclamam que suas escolas não têm "isso ou aquilo". Já trabalhei, e fui aluno, em escolas públicas e particulares, e tais afirmações são uma constante, o pior, até nas Universidades Federais, hoje alvos de milhões de recursos, os Professores trabalham reclamando (eita má vontade da gota!). Não é a toa que as licenciaturas do país são de baixa qualidade.

Entre os professores do ensino básico, concordo em afirmar que o salário é pouco forçando-nos a trabalhar em várias escolas para suprir nossos gastos, inclusive os de atualização, faltando tempo para as dedicações. Mas os Universitários? Entre eles se tornam injustas essas reclamações, salários altos e dedicação exclusiva, sei não viu...

Terminei meu Ensino Médio em uma escola pública, nem por isso deixei de ser aprovado no vestibular, nem por isso virei marginal como alguns tanto esperavam, nem por isso aceito ver aluno meu reclamando da qualidade da escola onde estuda, mesmo porque não sai barato para seus pais, e já vi muitos ex-alunos saírem da escola pública onde ensinei e hoje estão nos corredores da UFRN. Por quê? Porque se dedicou, valorizou a educação. Se alguns alunos tivessem mais interesse e alguns professores passassem no mínimo os conteúdos como deveriam, o Brasil já estaria em outro patamar cultural.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

História em sala de aula.

A matéria de História hoje é considerada como uma das mais difíceis do currículo escolar brasileiro, visto que as maneiras de avaliar e interpretar os assuntos fugiram da mera "decoreba".

Sempre acho hilário quando alguns pais não conseguem aceitar que seus filhos conseguiram tirar nota baixa "logo em História!", matéria essa que no tempo deles era tão fácil, "era só decorar".

Hoje, a História em sala de aula exige do aluno um conhecimento de mundo muito amplo, assim como também contribui para o mesmo formar esse tipo de conhecimento, mas que precisa do jovem um mínimo de erudição, conhecimentos gerais. Não é a toa que quando fui professor de EJA, os alunos mais velhos eram os mais interessados e aplicados, pois o conteúdo era mais acessível, ou tinham um conhecimento prévio mais privilegiado.

Só que nós, professores de História, ainda temos fortíssimos concorrentes: Orkut, MSN, celulares, bluetooth, playstation, "brasileirinhas", além da velha infância que nunca passa... Assim, a utilização de recursos multimídias e aulas de campo se tornam uma necessidade para conquistar o interesse de algumas "mentes vazias".

O interesse é baluarte do aprendizado, os professores cumprem seus deveres. Os alunos também devem cumprir com os seus.

Geração Orkut.

Já faz alguns dias que venho tratando sobre isso com alunos em sala de aula, como também comentando com amigos. Atualmente, estamos presenciando um modismo extremo ao redor do site de relacionamento do Google, o Orkut, como o serviço de mensagens instantâneas da Microsoft, o MSN, ou Windows Live Messenger.

Tanto pré-adolescentes, adolescentes, quanto adultos, estão dedicando muito de sua atenção para tais modismos da Rede Mundial. Os mais novos, dá para entender melhor, ficam presos a essas trivialidades ou por mera falta do que fazer, ou os pais considerarem ser algo inofensivo, servindo como escape para o "trabalho" que esses jovens possam dar em casa, ou evitar que se exponham aos perigos da rua. Já alguns adultos, quando se prendem demais às trivialidades desse mundo virtual, aparenta mais carência emocional ou falta de vida social. Não estou condenando ninguém, mas acho isso meio lamentável.

Entre os mais jovens, pertencer à Geração Orkut, de forma insensata (se expondo com centenas de fotos, divulgando fatos particulares de suas vidas ou de suas famílias, procurando relacionamentos), além de ser um risco, é também um dos maiores motivos para o baixo aproveitamento dessas figuras na escola em geral.

A internet, tem duas faces: Uma boa (pesquisa, entretenimento, informação) e uma ruim (pedofilia, preguiça, sedentarismo exagerado). A puberdade e a adolescência são violadas quando muitos esquecem obrigações relativas à sua idade, pensando que o mundo só tem prazeres a nos oferecer, assim como consideram o universo azul-bebê do Orkut e os apitos de alerta do MSN.

Muitos, quando não esquecem de suas obrigações, se consideram o centro das atenções de um pretenso mundo virtual, entupido de "amigos", onde todos admiram suas fotos e acham suas animações do "Buddy Poket" (se escreve assim mesmo?) lindas! Gente, o mundo é muito mais do que isso, pode ter certeza. Não são algumas centenas de fotos (95% das fotos de alunos(as) que me dou o trabalho de ver, sempre estão fazendo o sinalzinho do "V" com as mãos, é alguma mensagem subliminar?) ou "scraps" em seu perfil que vai te tornar em algum líder de destaque, muito menos lhe garantir um meio de sobrevivência na vida adulta. Concretizem em suas mentes: Você, Eu, Nós, somos apenas celulas de todo um mecanismo social gigante e complexo, o mundo não gira ao nosso redor, é o inverso! Enquanto muitos pensam serem rebeldes através do mundo azul-bebê, não passam de mais uma estatística para o enriquecimento das empresas patrocinadoras desses serviços.

Portanto, povo, tudo tem hora. Não canso de falar isso. Separem os relacionamentos virtuais dos reais, a diversão da obrigação (alguns conseguem conciliar isso, mas com responsabilidade). Garanto que vocês sabendo administrar isso direitinho, progredirão.

P.S.: O Orkut surgiu como um mecanismo bastante interessante para troca de idéias e debates nas comunidades por assunto. Porém, não sei se isso já é uma marca registrada, onde o brasileiro entra, bagunça. Hoje o Orkut é todo dominado por brasileiros, e alguns meros indianos, que só buscam pornografia, namoro e disputar quem tem mais scraps., até problemas judiciais os brasileiros já conseguiram com tal site... Por favor, não contribuam para a imagem negativa do Brasil lá fora.

Indireta...

"Desde os tempos imemoriais, a burrice anda mais rápido, e em maior número, do que a inteligência."

Iniciando trabalhos.

Estou iniciando esse blog para que sirva como ferramenta de orientação para meus alunos, como também de divagação de idéias para amigos, conhecidos, ou quem mais se interessar.

Sempre que o tempo permitir estarei postando "viagens" ou textos importantes para meus pupilos. Até mais.