domingo, 10 de abril de 2011

Roma Antiga

Para entender como Roma conseguiu adquirir tanta importância e poder é necessário conhecer sua história em mais detalhes. A origem da sociedade romana não tem uma evidência concreta. Baseia-se numa lenda, que era uma maneira antiga de explicar fatos cuja memória se perdeu em tempos muito distantes. Assim, o poeta romano Virgílio alimentou a fantasia de seu povo ao contar que Roma teria sido fundada por dois irmãos: Rômulo e Remo.

Os irmãos Rômulo e Remo, amamentados pela loba.

Os dois haviam sido abandonados pelo pai ao nascer e só sobreviveram por terem sido alimentados por uma loba. O fato é que os irmãos cresceram, vingaram-se do pai e receberam a missão de fundar uma cidade no local onde foram encontrados pelo animal. Essa lenda criou também a data exata do "nascimento" de Roma: os irmãos teriam fundado a cidade em 753 a.C. O próprio nome dessa localidade derivou do nome um deles (Rômulo), que acabou matando seu irmão Remo devido a disputas políticas.

Como se pode ver, a origem de Roma foi inventada através de uma história que misturava o instinto animal (simbolizado pela loba que amamentou os irmãos), com o nascimento de algo novo (a cidade fundada num lugar deserto), retornando aos instintos agressivos no final (simbolizados na rivalidade entre os irmãos e no assassinato de um deles). Assim, essa origem imaginada serviu para os vários imperadores que a governaram justificarem o caráter agressivo e conquistador dessa sociedade romana.

Representação de como seria a Roma Antiga vista por cima.

CLASSES SOCIAIS:

Se não temos dados concretos sobre sua fundação, podemos começar a contar a história de Roma, a partir da monarquia (753 a 509 a.C.). Nesse período, o meio de subsistência principal daquele povo era a agricultura. A sociedade romana dividia-se em quatro grupos, segundo a posição política, econômica e social de cada pessoa: havia patrícios, plebeus, clientes e escravos.

A palavra "patrício" (do latim pater, pai) indicava o chefe da grande unidade familiar ou clã. Esses chefes, os patrícios, seriam descendentes dos fundadores lendários de Roma e possuíam as principais e maiores terras. Eles formavam a aristocracia, sendo que somente esse grupo tinha direitos políticos em Roma e formava, portanto, o governo, controlando, durante a maior parte da história romana, o Senado (do latim senex, idoso) e a Assembléia Curiática.

O Senado Romano.

Já os plebeus eram descendentes de populações imigrantes, vindas principalmente de outras regiões da península Itálica, ou fruto dos contatos e conquistas romanas. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Eram livres, mas não tinham direitos políticos, e até a República, não podiam participar do governo e estavam proibidos de casar com patrícios.

Num outro patamar, vinham os clientes, também forasteiros, que trabalhavam diretamente para os patrícios, numa relação de proteção e submissão econômica. Assim, mantinham com os patrícios laços de clientela, que eram considerados sagrados, além de hereditários, ou seja, passados de pai para filho.

Por fim, os escravos, que inicialmente eram aqueles que não podiam pagar suas dívidas e, portanto, tinham que se sujeitar ao trabalho forçado para sobreviver. Depois, com as guerras de conquista, a prisão dos vencidos gerou novos escravos, que acabaram se tornando a maioria da população.

REPÚBLICA E EXPANSÃO

A monarquia romana teve pouca duração. A maioria das fontes contam sete reis ao todo. O último teria sido Tarquínio "O soberbo", que, percebendo a importância numérica da plebe, teria ousado concentrar mais poderes em suas mãos, ignorando o Senado e os patrícios. Mas a aristocracia não permitiu que as pretensões dele fossem alcançadas, organizando um exército paralelo e expulsando Tarquínio do poder, instaurando assim a república (res + publico, coisa do povo, em latim) em 509 a.C. A partir disso, o Senado virou a instituição política mais importante da Roma Antiga, criando leis e nomeando os magistrados (cargos responsáveis pela administração geral romana), divididos em Cônsul, Pretor, Questor, Censor, Edis, Pontífice e, após as Revoltas da Plebe, o Tribuno da Plebe.

Alegoria sobre a deposição de Tarquínio pelo Senado.

As conquistas aos outros povos e regiões trouxeram o crescimento das atividades comerciais e das negociações em moeda. A riqueza se concentrou ainda mais nas mãos dos patrícios, que se apropriavam das novas terras. Isso tudo dividiu profundamente a sociedade romana entre ricos (aristocratas) e pobres (plebeus), além da grande massa de escravos que ia se formando. Também os membros do exército, enriquecidos pelas conquistas e saques, tornaram-se uma importante camada social.

A expansão romana iniciou-se por meio das lutas contra os povos vizinhos para obterem escravos (séculos. 5 a 3 a.C.). Depois disso, expandiu-se para a Grécia (séc. 3 a.C.), Cartago (cidade africana que controlava o comércio marítimo no Mediterrâneo), com as Guerras Púnicas, e Macedônia, sendo estas duas regiões conquistadas no séc. 2 a.C. Na seqüência, o Egito, a Britânia (que corresponde aproximadamente à atual Grã-Bretanha) e algumas regiões da Europa e da Ásia foram conquistados no séc. 1 d.C.

Representação da batalha de Actium, uma das que formaram as Guerras Púnicas.

Com as conquistas militares de novos territórios, os generais do Exército acumularam muitos poderes políticos e para deterem as revoltas dos povos dominados, resolveram concentrar o poder. Mário e Sila foram os pioneiros, utilizando o cargo especial de ditador, acabaram enfraquecendo a direção do Senado. Devido a pressão de outros generais, foi estabelecido um novo tipo de governo chamado de Triunvirato (mandato de três homens/generais), formado por Pompeu Magno, Crasso e Júlio César.

César era um general que havia conquistado a Gália em 60 a.C. Com grande prestígio popular (principalmente por ser simpatizante das causas plebéias), deu um golpe em Roma, atacando-a no ano de 49 a.C. e proclamando-se ditador perpétuo (ou seja, governaria com poderes ilimitados até a sua morte). Foi nesse mesmo ano que conseguiu dominar o Egito. No entanto, nem ele nem seu governo tiveram vida longa: foi assassinado por alguns senadores romanos em 44 a.C.

César recebendo a rendição de Vercingetorix, líder gaulês.

Representação do assassinato de Júlio César por senadores opositores.

O IMPÉRIO

Com a morte de Júlio César, um segundo triunvirato foi estabelecido. Um dos líderes, Otávio (sobrinho e filho adotivo de Júlio César), derrotou os outros e foi o primeiro imperador romano em 31 a.C., antes de completar 25 anos, recebendo do Senado os títulos de Princeps (primeiro cidadão), Augustus (divino) e Imperator (supremo). Passou para a história com o nome de Augusto, embora essa denominação acompanhasse todos os imperadores que o sucederam, assim como o nome "César" virou sinônimo de chefe político, imperador, até mesmo em outras nações e idiomas (exemplos: "czar" = imperador da Rússia, "kaiser" = imperador da Alemanha). Roma teve 16 imperadores entre os séculos 1 e 3 d.C. A partir daí, começou a desagregação do Império e o descontrole por parte de Roma dos povos dominados.

O imperador Otávio Augusto César, e a alegoria de Rômulo abençoando os imperadores.

Entre os séculos 3 e 4 d.C., o imperador Dioclesiano dividiu o Império Romano numa parte ocidental e noutra oriental. Constantino, o imperador seguinte, tomou duas importantes medidas: reunificou seus domínios, mudando a capital do Império Romano Bizâncio (depois chamada de Constantinopla e, hoje, Istambul, na Turquia), reformando-a, localizada na parte oriental dos domínios romanos e legalizou a prática do cristianismo, inclusive promovendo concílios que orientariam o catolicismo romano daí em diante.

Divisão do Império e Invasões Bárbaras.

Finalmente, Teodósio, um dos últimos imperadores, tornou o cristianismo religião oficial de todo o Império e dividiu-o novamente em duas partes, sendo as capitais Roma e Constantinopla. A primeira foi dominada pelos povos germanos em 476 e marcou o fim do Império Romano do Ocidente. A segunda foi dominada em 1453 pelos turcos e marcou o fim do Império Romano do Oriente.

ADAPTAÇÃO SOBRE RESUMO DA HISTORIADORA FERNANDA MACHADO.


COMPLEMENTE SEU ESTUDO COM ESSA PRODUÇÃO DO HISTORY CHANNEL:


PARTE 1:


PARTE 2:


PARTE 3:


PARTE 4:


PARTE 5:


PARTE 6:


PARTE 7:


PARTE 8:


PARTE 9:

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