No imaginário brasileiro, tão célebre quanto o grito de dom Pedro às margens do rio Ipiranga é o quadro pintado por Pedro Américo para representar aquele momento decisivo em que Brasil se separava de Portugal oficialmente.
Nele, como se pode ver pela reprodução abaixo, nosso primeiro imperador ergue a espada num gesto de desafio que conta com o apoio resoluto dos civis que o seguem e nas tropas reunidas ao seu lado.
Por mais inspiradora que seja a cena representada, ela tem pouco de realidade. No livro "O Brado do Ipiranga", a historiadora Cecília Helena de Salles Oliveira, faz uma análise detalhada da pintura evidenciando toda a fantasia que seu autor projetou nela. Aliás, o próprio Pedro Américo já havia escrito sobre o assunto um livreto,chamado "Algumas Palavras acerca do Fato Histórico e do Quadro que o Comemora". Nele o artista afirma que "a realidade inspira, e não escraviza o pintor", justificando sua imaginação criadora.
Antes de mais nada é interessante apontar, para quem não sabe, as diversas inverdades estampadas na tela. Para começar vale dizer que os fogosos corcéis montados por D. Pedro I e seu cortejo, na realidade, eram simplesmente mulas - um tipo de cavalgadura menos heróico, mas muito mais adequado ao duro percurso que os viajantes faziam. Eles tinham acabado de subir a serra do Mar, vindos de Santos.
Numa viagem como essa, por sinal, ninguém estaria usando os luxuosos uniformes apresentados. Com toda certeza estariam usando trajes mais simples e mais práticos, provavelmente sujos do pó e da lama do caminho. Para piorar, o próprio dom Pedro não poderia estar tão exaltado e bem disposto assim como o artista o representa. Afinal,ele havia parado naquele local em função de uma diarréia que o atormentava, devido aos seus excessos alimentares em Santos, na véspera.
Mas há mais: para que o Ipiranga e suas célebres margens integrassem a paisagem, o pintor "desviou" o curso do riacho. A rigor, ele estaria passando por trás de quem observasse a cena naquele local. Finalmente, quanto à casa de pau-à-pique entrevista no fundo da tela, ela pode ou não ser a que lá existe até hoje e que é conhecida como a Casa do Grito. Embora tenha sido tombada pelo Condephaat e fique aberta à visitação no Parque da Independência, o documento mais antigo que menciona a casa atual data de 1884 - 62 anos depois do grito da Independência.
Na verdade, o imenso painel pintado por Pedro Américo, que tem 7,60m de comprimento por 4,15m de altura, foi pintado em Florença, na Itália, entre 1886 e 1888. Entre sua concepção e seu acabamento, perpassam uma série de interesses políticos, que se relacionam ao declínio da monarquia brasileira e até aos ideais republicanos do pintor, embora este fosse protegido de D. Pedro II.
Houve também o atraso da construção do edifício-monumento onde o quadro se encontra entronizado até hoje, o Museu Paulista, inaugurado em 7 de setembro de 1895, quase seis anos depois da proclamação da República. Por fim, sobre a tela de Pedro Américo, paira também uma suposição de plágio: a estrutura da cena é muito semelhante à do quadro "1807, Friedland", de Ernest Messonier, que retrata a vitória de Napoleão Bonaparte na batalha de mesmo nome.
Nele, como se pode ver pela reprodução abaixo, nosso primeiro imperador ergue a espada num gesto de desafio que conta com o apoio resoluto dos civis que o seguem e nas tropas reunidas ao seu lado.
Por mais inspiradora que seja a cena representada, ela tem pouco de realidade. No livro "O Brado do Ipiranga", a historiadora Cecília Helena de Salles Oliveira, faz uma análise detalhada da pintura evidenciando toda a fantasia que seu autor projetou nela. Aliás, o próprio Pedro Américo já havia escrito sobre o assunto um livreto,chamado "Algumas Palavras acerca do Fato Histórico e do Quadro que o Comemora". Nele o artista afirma que "a realidade inspira, e não escraviza o pintor", justificando sua imaginação criadora.
Antes de mais nada é interessante apontar, para quem não sabe, as diversas inverdades estampadas na tela. Para começar vale dizer que os fogosos corcéis montados por D. Pedro I e seu cortejo, na realidade, eram simplesmente mulas - um tipo de cavalgadura menos heróico, mas muito mais adequado ao duro percurso que os viajantes faziam. Eles tinham acabado de subir a serra do Mar, vindos de Santos.
Numa viagem como essa, por sinal, ninguém estaria usando os luxuosos uniformes apresentados. Com toda certeza estariam usando trajes mais simples e mais práticos, provavelmente sujos do pó e da lama do caminho. Para piorar, o próprio dom Pedro não poderia estar tão exaltado e bem disposto assim como o artista o representa. Afinal,ele havia parado naquele local em função de uma diarréia que o atormentava, devido aos seus excessos alimentares em Santos, na véspera.
Mas há mais: para que o Ipiranga e suas célebres margens integrassem a paisagem, o pintor "desviou" o curso do riacho. A rigor, ele estaria passando por trás de quem observasse a cena naquele local. Finalmente, quanto à casa de pau-à-pique entrevista no fundo da tela, ela pode ou não ser a que lá existe até hoje e que é conhecida como a Casa do Grito. Embora tenha sido tombada pelo Condephaat e fique aberta à visitação no Parque da Independência, o documento mais antigo que menciona a casa atual data de 1884 - 62 anos depois do grito da Independência.
Na verdade, o imenso painel pintado por Pedro Américo, que tem 7,60m de comprimento por 4,15m de altura, foi pintado em Florença, na Itália, entre 1886 e 1888. Entre sua concepção e seu acabamento, perpassam uma série de interesses políticos, que se relacionam ao declínio da monarquia brasileira e até aos ideais republicanos do pintor, embora este fosse protegido de D. Pedro II.
Houve também o atraso da construção do edifício-monumento onde o quadro se encontra entronizado até hoje, o Museu Paulista, inaugurado em 7 de setembro de 1895, quase seis anos depois da proclamação da República. Por fim, sobre a tela de Pedro Américo, paira também uma suposição de plágio: a estrutura da cena é muito semelhante à do quadro "1807, Friedland", de Ernest Messonier, que retrata a vitória de Napoleão Bonaparte na batalha de mesmo nome.
Resumindo: Foi uma pintura de fachada...hehehe
ResponderExcluirTinha que fazer uma produção textual sobre esse quadro.Me ajudou muito,valeu xD
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