- Primeira Guerra Mundial (Tratado de Versalhes) e o revanchismo alemão;
- Crise de 1929, Grande Depressão;
- Ascensão dos regimes totalitários (nazi-fascismo e comunismo);
- Nacionalismos e imperialismo.
- Na Alemanha, com a implantação do III Reich, o Tratado de Versalhes foi desrespeitado, levando a reorganização das Forças Armadas e ao desenvolvimento da produção de armamentos. Iniciava-se então a política de expansão territorial (“aumento do espaço vital alemão”) proclamada como necessidade de toda a raça germânica (idealizada superior pelos nazistas - arianismo).
- A expansão alemã iniciou-se em 1938 com o “Anschluss”, ou seja, a união da Áustria e da Alemanha. Em seguida foi anexada a região dos Sudetos (Tchecoslováquia). A ocupação da região foi aprovada pela Conferência de Munique (Alemanha, Itália, França e Inglaterra). Em 1939 a Alemanha realiza um acordo com Itália e Japão – surgindo assim o EIXO ( Roma, Berlim, Tóquio).
- Já o governo fascista da Itália conquistou a Abissínia (Etiópia) e a Albânia.
- No extremo oriente, o Império do Japão anexava a Manchúria e outras regiões da China e Pacífico.
- Enquanto os países do EIXO realizavam suas expansões territoriais, e colocando em risco a paz mundial, a Liga das Nações (França e Inglaterra especialmente) limitava-se à pequenas reprimendas – procurando evitar a guerra. No entanto, a ausência de medidas mais duras só contribuíam para o fortalecimento do EIXO. A própria Conferência de Munique é um exemplo da política de apaziguamento.
1° Ministro britânico Neville Chamberlain e o "führer" alemão Adolf Hitler na Conferência de Munique.
- O “apaziguamento” foi considerado por soviéticos como um meio de barrar o comunismo, fortalecendo os radicalismos nazi-fascistas e japoneses.
- Postura internacional adotada pelos Estados Unidos da América – muito mais preocupados em solucionar os efeitos internos da crise de 1929 – que não interferiram nas relações políticas da Europa até o ataque a Pearl Harbor.
- A União Soviética encontrava-se isolada nas relações - e decisões – políticas, pelo fato do regime comunista, imposto desde 1917. A URSS ainda acreditava que a política do apaziguamento servia para jogar a Alemanha contra ela (exemplificada na Conferência de Munique).
- Procurando romper seu isolamento, a URSS assinou um pacto de não-agressão com a Alemanha. Este pacto, denominado Ribbentrop-Molotov, atendia aos interesses da URSS, livrando-a, inicialmente, de uma agressão alemã e conseguindo maior tempo para se preparar; e beneficiava a Alemanha, que evitava uma guerra com duas frentes (oriental e ocidental). Porém, tanto comunistas quanto nazistas sabiam que o tratado teria curta duração. Garantida a neutralidade da URSS, a Alemanha, em 1° de setembro de 1939, invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra.
Molotov, Stálin (em pé) e Ribbentrop (sentado) na assinatura do tratado; Charge da época satirizando o acordo nazi-comunista; Hitler e Stálin, duas faces do mesmo totalitarismo.
- Primórdio (ou Ensaio) da Segunda Guerra, envolveu fascistas espanhóis e republicanos (de maioria socialista). As tensões iniciaram-se em 1931, com a abdicação do rei Afonso XIII, em virtude das pressões que exigiam uma república. Com a abdicação, instalou-se uma república liberal. A nascente república espanhola passa por graves problemas políticos: reação da antiga elite dominante, anticlericalismo acentuado, autonomismos regionais (como o caso do País Basco e Catalunha) e crescimento dos movimentos populares. Neste contexto surge um grupo conservador, de extrema direita, com aspectos fascistas – a Falange.
- Nas eleições de 1936, a Frente Popular – composta por liberais, socialistas, anarquistas e comunistas – venceu e procurou efetivar um conjunto de reformas sociais. Porém, muitos militantes comunistas vandalizaram patrimônios e jazigos de congregações salesianas em várias cidades espanholas, provocando grande repúdio popular num país tradicionalmente católico. Em 18 de julho do mesmo ano, o general Francisco Franco iniciou uma revolta contra a república. Contou com o apóio da Falange, dos latifundiários, da Igreja e da classe média urbana.
- A Guerra Civil Espanhola foi extremamente violenta e contou com a participação internacional. A Frente Popular recebeu apoio da União Soviética e das Brigadas Internacionais (compostas por pessoas de diversos países, inclusive de comunistas brasileiros); já a Falange conta com o apóio da Alemanha, Itália e Portugal. A ajuda da Itália e Alemanha foi decisiva para a vitória de Franco, iniciando-se na Espanha um Estado de características fascistas - o Franquismo
Militantes comunistas atirando contra estátua de Cristo; Sepulturas de sacerdotes e freiras violadas; General Franco, líder direitista; Guernica, obra de Pablo Picasso que ilustra os bombardeios da Luftwäffe sobre cidade de mesmo nome.
- A primeira fase da guerra foi marcada pelas vitórias do EIXO – de 1939 a 1941. A Alemanha adotou a Blitzkrieg – “guerra-relâmpago”- tática de operação combinada (naval, aérea e terrestre).
- A Alemanha ocupou a Polônia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica e França. A França, após a invasão, ficou dividida em duas áreas: uma zona de ocupação pelos nazistas e uma zona “livre”, governada pelos simpatizantes do nazismo (a República, ou Colaboracionismo, de Vichy). Grupos revoltosos se reorganizaram em Londres e na Argélia, formando um governo de exílio chamado “França Livre”, liderado pelo general Charles de Gaulle.
- Em agosto de 1940 iniciou-se o ataque a Grã-Bretanha, neutralizada pela ação da RAF (força aérea britânica).
- Em 1941 o EIXO recebeu apoio da Hungria, Romênia e Bulgária, houve a ocupação da Iugoslávia e da Grécia. No mesmo ano houve o desembarque da Afrikakorps (comandada por Rommel) com o objetivo de conquistar o canal de Suez.
- Em junho de 1941 a Alemanha deu início à Operação Barbarossa – a invasão da União Soviética. A ofensiva nazista, inicialmente, foi vitoriosa.
- Em dezembro de 1941, o Japão durante seu expansionismo pela Ásia, atacou Pearl Harbor – fato que marca a entrada dos EUA no conflito.
- Entre 1943 e 1945 a guerra é marcada pela vitória das forças contrárias ao EIXO.
- Conferência de Teerã: Dezembro de 1943, primeira reunião dos líderes dos ALIADOS, Churchill (Grã-Bretanha), Roosevelt (EUA) e Stalin (União Soviética). Selaram a decisão do Dia D, formularam a criação de organismo internacional para preservar a paz mundial e decidiram dividir a Alemanha em zonas de influência.
- A Batalha de Stalingrado, vencida pelos soviéticos, marca o início da derrocada dos nazistas; em 06 de junho de 1944 inicia-se a Operação Overlord (Dia D) e o desembarque dos aliados na Normandia. A Itália já havia se retirado do conflito em julho de 1943, após a derrota para os ALIADOS, estes contando com a participação do Brasil através da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que atuou no sul da península itálica, tendo Monte Castelo como batalha mais conhecida.
- O Japão cede em 1945 após os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki.
- A Segunda Guerra provocou notável desenvolvimento da indústria bélica e um grande número de mortes: a União Soviética teve 20 milhões de mortos; 6 milhões de alemães; 1,2 milhões de mortos japoneses; e o holocausto judeu, nos campos de concentração nazistas, chegou a cerca de 17 milhões de vítimas.
- Reuniões dos ALIADOS, procurando reorganizar o mapa político alterado pela guerra. As conferências e suas principais decisões foram: Conferência do Cairo: Realizada ainda durante a guerra (1943), reuniu Churchill (Grã-Bretanha), Roosevelt (EUA) e Chang Kai-Chek (China) que discutiram o mapa da Ásia – alterado pelo Japão. Conferência de Ialta: Com a participação de Churchill (Grã-Bretanha), Roosevelt (EUA) e Stalin (URSS), que confirmaram a divisão da Alemanha e dividiram a Coréia em zonas de influência: o Sul controlado pelos EUA e o Norte pela União Soviética. Conferência de Potsdam: Participação de Clement Attlee (Grã-Bretanha), Harry Truman (EUA) e Stalin (URSS). Efetivou a divisão da Alemanha em zonas de influência, a criação de um tribunal para julgar os crimes nazistas (Tribunal de Nuremberg) e estipulado uma indenização de 20 bilhões de doláres à Inglaterra, URSS, França e EUA.
- A criação da ONU.
- O Plano Marshall, plano de ajuda econômica dos EUA para recuperar a economia européia. A nação que quisesse receber a ajuda deveria combater, internamente, o avanço das idéias comunistas;
- A Guerra Fria, um conflito ideológico entre o capitalismo, sob a liderança dos EUA, e o comunismo, liderado pela União Soviética. A Guerra Fria foi inaugurada pela Doutrina Truman, que justificava uma intervenção militar para evitar que os comunistas chegassem ao poder em qualquer país.
- Os processos de descolonização da Ásia e da África.
- A situação brasileira, inicialmente, se mostrava indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía empréstimos com os EUA, comandava um governo simpatizante pelo totalitarismo nazi-fascista. Dessa maneira, os norte-americanos viam com preocupação a possibilidade do Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos que poderiam, por exemplo, garantir a vitória do Eixo no continente africano.
- A preocupação norte-americana proporcionou a Getúlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. Em 1942, os EUA entraram nos fronts da 2ª Guerra e, com isso, pressionou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado. Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por submarinos alemães gerou vários protestos contra as forças armadas.
- Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra o EIXO em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto aos EUA e reforçar sua aliança política com os militares. Foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutaria na 2ª Guerra Mundial. Somente em 1944 as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB).
- A principal ação militar brasileira aconteceu principalmente na organização da campanha da Itália, onde os brasileiros foram para o combate ao lado das forças estadunidenses. Nesse breve período de tempo, mais de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens.